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domingo, janeiro 31, 2010

Um dia comum

Acordei com o barulho de patinhas de cachorro entrando no quarto. As mesmas que depois se apoiaram na borda da cama para verificar se eu estava acordada. Levantei com o cheiro de café que vinha da cozinha. Afundei com a ponta dos dedos a fatia do pão caseiro que estava à minha frente. Vesti a roupa mais confortável possível para enfrentar uma listinha de tarefas na rua. A garoa me pegou enquanto aguardava pelo ônibus. Da janela em movimento, vi um homem cobrindo o rosto de vergonha. Um rosto triste. Já no meu destino, caminhando pela rua, não consigo deixar de sorrir ao ver um bêbado que dança em cima de uma caixa de cimento na calçada. Ele não se importa com quem passa olhando. Ele dança como se realmente houvesse música. Talvez tenha, mas só pra quem quiser escutar. Resolvo. Penso. Complico. Perco a paciência. Facilito. Agilizo. Almoço de mãe, comida de casa. Feijão preto com arroz e carne moída. Salada de tomate. Tomo o caminho da rua de novo. Os olhos enxergam promoção. Menos dinheiro na conta. Encontro com amigos. Bons amigos. Melhores amigos. Saudosos amigos. Cerveja gelada que mata a sede. Cachorro com cara feliz. O melhor pastel de queijo. Abraços, risadas. Volta pra casa. Antes de escolher o trajeto, alguns minutos de música, do flautista do outro lado da rua. Um homem só. Só com seu cigarro e com sua lata de cerveja. E o homem da flauta ao lado dele. E eu no meu canto. Decido. Caminho. Chego. Hora de dormir de novo.

Um comentário:

nico disse...

:) foi um bom dia...