Porque cada pessoa é um mundo, e tem muito mundo nesse mundo pra conhecer
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segunda-feira, dezembro 29, 2008
Uns
Um anel para celebrar.
Uma pétala para guardar.
Uma carta para contar.
Um suspiro para recordar.
Uma lágrima para despedir.
Um sorriso para perdoar.
Todo mundo é sempre um pouco muito sozinho.
sábado, dezembro 20, 2008
Aprendizados de um ano velho
Não devemos dizer adeus para nada. Somos feitos de uma massa de experiências e lembranças misturadas. Pelo menos em nossa mente, uma hora, tudo volta.
Até logo, 2008.
Meu presente de Natal para a Gaborin
Então, lá vai:
- Primeiro as regras:
- Colocar o link de quem te indicou pro meme;
- Escrever as regras antes do meme pra deixar a brincadeira mais clara;
- Contar os 6 fatos aleatórios sobre sua honorável pessoa;
- Indicar 6 blogueiros pra continuar o meme;
- Avisar para esses blogueiros que eles forma indicados;
Seis fatos aleatórios de uma só Suzina:
1) Sou uma Suzina que adora cachorros, coleciona patos, tem uma queda por llamas, mas que até hoje não teve nenhuma vontade de ter filhos.
2) A Suzina aqui em questão também gostaria que comer fosse livre arbítrio e não uma obrigação e parte da rotina do dia-a-dia. Por mim, as pessoas comeriam só quando quisessem e não passariam mal ou ficariam doentes por ficar um mês sem comida.
3) Dirigir e nadar são coisas que a Suzina nunca fez e que descobriu que tem bastante medo de fazer.
4) Mais de qualquer outro gesto, Suzina gosta de abraços. Uma pessoa pode ser muito legal para mim até eu descobrir que ela não gosta de abraços ou receber um abraço frouxo da própria. Tenho mania de estudar as pessoas pelo abraço que elas dão.
5) Suzina não gosta de nhemnhemnhem ou mimimi, como preferirem. Objetividade é minha preferência.
6) Para provar que poderia fazer coisas que nunca tinha feito, este ano Suzina pintou as unhas de vermelho pela primeira vez (das mãos e dos pés!), furou pela segunda vez a orelha e topou beber mais do que três caipirinhas numa só noite: e não ficou bêbada!
Pronto, tá aí meu "meme". Para quem eu indico? Difícil... Para todo mundo que quiser fazer... Pronto, isso! Você, que está lendo, tem aí o meu convite!
=)
domingo, dezembro 07, 2008
Sobre o esquecimento
Ser esquecido é tão doloroso que se as pessoas pudessem grudariam post-its com seu nome no coração umas das outras.
segunda-feira, novembro 24, 2008
Momento nostalgia
quinta-feira, novembro 13, 2008
sábado, novembro 01, 2008
A última folha em branco
A última folha em branco continuava intacta, à espera.
sexta-feira, outubro 17, 2008
CV
terça-feira, outubro 14, 2008
Uma noite daquelas
Hoje tá uma noite daquelas de cidade de interior, que mesmo bem tarde da noite ainda tem gente sentada no banco da praça, de papo.
Tá uma noite daquelas de sentir saudade das boas companhias. Dos bons amigos. Daquelas em que você liga pra convidar alguém para dividir o banco da praça. Ou vai na casa da pessoa mesmo. Uma noite daquelas de querer levar a cama pra fora, deitar sob o céu estrelado e adormecer entorpecido com o ar da madrugada.
Hoje tá uma daquelas noites em que é bom ter alguém do lado, pra comentar da brisa, do vento nos cabelos, da sensação de arrepio, de olhar bem fundo nos olhos e deixar que deles saiam as palavras. Uma daquelas noites que depois viram livros.
Hoje tá uma daquelas noites que a gente quer que não termine.
domingo, outubro 12, 2008
Leva e traz
segunda-feira, setembro 29, 2008
Umbigos
Alguns assimilam muito rápido a idéia de que "a vida não é assim, meu camarada, o seu umbigo concorre com o meu, portanto vamos encontrar meios mais igualitários de nos relacionarmos". Porém, uns outros tantos carregam por anos, e até por toda a vida, a impressão egocêntrica de que tudo se conecta a este pequenino e misterioso meio de tudo.
O mistério do umbigo é algo que deveria ser estudado em profundidade, literalmente ou não. Todo mundo já foi um curioso, metendo o dedo lá dentro pra ver se chega do outro lado ou se encontra algo perdido. Alguns ainda são. E talvez seja por esse questionamento de "o que há dentro de cada umbigo?" que muitos se perguntem se tudo o que acontece ao seu redor não seria resposta para essa pergunta.
Cada um tem um umbigo e todos eles devem conviver bem. Porque cada um é um mundo e no centro de cada mundo tem um umbigo e há muito (no) umbigo nesse mundo para se conhecer.
sábado, setembro 27, 2008
Mãos
O velho que atravessa a rua.
O mendingo que pede pão.
O transeunte perdido.
O grupo que festeja.
O trabalhador que corre.
O estudante que derruba os livros.
O pedestre que faz sinal para o ônibus.
O amigo que chora.
Aquele que precisa de um abraço.
Aquele que precisa de força.
Aquele que precisa de confiança.
Aquele que precisa de companhia.
Com as mãos livres é possível levar todo o mundo.
domingo, setembro 14, 2008
Desconhecer
sábado, agosto 30, 2008
Dinâmica da paixão
Uma bela cara pintada esconde as cicatrizes e os sinais de um rosto bandido.
Meia dúzia de palavras bonitas, bem amarradas, revelam o cinismo com que se pretende ganhar algo.
Enquanto um coração se ilude
O outro explode de euforia, impune
Diante do crime de fazer-se amante
Sem nenhuma intenção de amar.
terça-feira, agosto 12, 2008
Fitness Cerebral
É possível, te perdi
Ou será que te esqueci
E nem mesmo te reconheci?
Mais um, no meio de tantos
Em outros vejo encantos
Ah, já se foram os prantos...
E as rimas, que sinas!
Ficaram perdidas pelas esquinas...
Pra memória fraca... hummm
Recomendo tomar vitaminas!
domingo, agosto 03, 2008
domingo, julho 27, 2008
Conjugação
Tu não falas
Ele não sabe
Nós não contamos
Vós não sabeis
Eles não entendem
Eu não dou o braço a torcer
Tu não arriscas
Ele não sabe
Nós nos perdemos
Vós só assistis
Eles continuam não entendendo
sexta-feira, julho 11, 2008
Me perdi
sábado, julho 05, 2008
Onde está o novo
É noite, não tem luz. Tateio para reconhecer algo que me ponha em paz novamente, que firme meus pés com a segurança de poder caminhar.
E se me adianto e ainda acredito é porque sei que há algo adormecido esperando apenas o dia amanhecer para nascer. De novo, o novo.
domingo, junho 22, 2008
Planos para uma vida
As inquietações começaram a ganhar forma. Nos sonhos elas me procuram e na realidade também, aquelas escondidas junto à tinta da caneta com a qual escrevo meu roteiro.
Preciso imprimir meu mapas, meus guias, organizar meu roteiro. Apesar de gostar muito do espontâneo de última hora, não quero perder nada por estar despreparada.
Caderno para registrar tudo já tenho e a caneta já está predestinada. Se o mundo é um lugar de escritores, eu serei apenas mais uma em meio a massa, discorrendo sobre as emoções de conhecer lugares tão lindos, tão cheios de cultura.
Mas não vou me prender só ao roteiro. Sempre tem um caminho diferente. E eu estou aberta a ele.
sábado, junho 07, 2008
Pensamentos soltos
sábado, maio 31, 2008
Meus amores, minha vida
O que vem é um monte de surpresas, dias cheios de imprevisível. Deliciosa incerteza de ser que enche a gente de expectativa na espera de novos sorrisos.
Aproveito meus amigos, seus abraços verdadeiramente apertados, suas prosas cheias de verso, suas poesias cotidianas sem rima. Meus amores, minha vida.
Tenho a quem dedicar tempo e paixão. Se não é a mim, quando preciso, é àqueles que fazem parte da lista de eternamente inesquecíveis do meu coração.
sexta-feira, maio 23, 2008
Necessidades
Quando encontramos algo para pôr em seu lugar
Por que forçar? Por que insistir?
Se deve vir naturalmente
Será natural que se queira
Sem ser necessário obrigar
domingo, maio 18, 2008
Palavras
Ela vem quietinha e pula dentro do meu ouvido
Se divide e se transforma
Às vezes, se torna riso
Em outras, se torna pranto
Se fecho os olhos, posso vê-la pelos cantos da minha mente
Inquieta, a me incitar
Me pergunta:
"O que é? O que queres que eu te diga?"
E sou eu que escolho no quê ela irá se transformar
domingo, maio 11, 2008
Um amor, um lugar
sábado, abril 26, 2008
Tchau, tchau balão
Ganhando o céu
Da calçada, o menino com os olhos húmidos
Apenas contemplava
O ponto colorido que cada vez mais distante ficava
Lamentando por ter deixado escapar o fio de seus dedos
quarta-feira, abril 23, 2008
Rascunhos meus
Já gastei tantas palavras
Tanta tinta rabiscada em sabe-se lá quantas páginas de rascunho
Quantas horas parada olhando o nada e vendo tudo
Encontrando um milhão de respostas indescritíveis
Para perguntas que não sei de onde vieram e muito menos para onde vão me levar.
domingo, abril 20, 2008
O último apaga a luz
Da guitarra no chão apenas o tremular das cordas depois do último acorde.
O vazio tomou conta da alma e a multidão se sentiu só.
As mesmas imagens ficariam gravadas na memória de quem assistiu.
As mesmas palavras continuariam cada vez mais fazendo parte da história de quem acompanhou.
Os mesmos versos seriam repetidos muitas vezes, incansavelmente, de geração em geração.
E esses mesmos versos contariam sobre dias de amizade, música e boemia.
E os corações daqueles que estiveram ali continuariam batendo forte, apertados de saudade.
Sempre com a ilusão de que os dias felizes voltariam.
sábado, abril 19, 2008
Aridez
E meses de chuvas onipresentes
Há um momento em que a seca chega
Aquece
Consome
E as águas fogem e são engolidas pelas terras áridas
E as palavras somem e se perdem em folhas em branco
Não há gota
Não há expressão
Só o desejo de que a chuva chegue
sábado, abril 12, 2008
Próximo
Eles ficam lá, enfileirados, com as mãos erguidas, sempre fazendo algo para pedir atenção. Especialmente porque não é a ordem em que se encontram que vai dar prioridade, mas a intensidade com que querem ser vistos.
Alguém espia e grita para os de fora: "esse aqui não dura muito mais tempo, fiquem de prontidão".
E quando o outro sai pela porta ao lado, realizado ou chutado, o que todo mundo quer é saber para qual dentre eles os olhos se voltarão.
quarta-feira, abril 02, 2008
Top 5
Era seu jeito calmo e tranqüilo, que transpira confiança, o mesmo que me enfurecia por ter que esperar tanto tempo por uma reação sua.
Era também esse seu jeito amável, afável, sociável que me fazia gostar tanto da tua companhia, mas que me fazia deitar todos os dias com mil dúvidas rondando minha mente.
Era sua boa conversa, que me fazia querer contar, dividir e falar qualquer bobagem, mas que, sutilmente, me fez falar mais de mim e do que sou do que pretendia.
Era seu bom humor constante, que me fazia rir quando tinha vontade de explodir, mas que sempre me fez questionar o quanto você se envolve com as coisas.
E tinha esta outra característica, tão sua que me metia medo, especialmente porque não conseguia descrevê-la ou interpretá-la, de fazer despertar em mim a menina boba que eu tinha jurado para mim mesma que não deixaria mais que saísse para brincar. Era o que eu mais odiava. Era quando eu menos me ouvia.
A menina voltou pro castigo.
segunda-feira, março 24, 2008
Vista interna
Me descobri incomodada com a minha própria presença e desesperada por saber que os únicos momentos que tenho longe de mim são quando repouso meus olhos e meus ossos durante o sono.
Nunca estarei livre de mim e nem posso me abandonar. Esta é mais uma verdade que colidiu comigo e que tenho que enfrentar.
Por muito tempo acreditei que fugia das pessoas, mas agora compreendo que é de mim que sempre quis me afastar.
Não me considero merecedora do menor instante de felicidade e é por isso que os espanto.
A solidão mais triste a que me reservo é a que planejo viver comigo mesma.
quarta-feira, março 19, 2008
Murmúrios de um dia sombrio
E olhar pra trás traz tanta coisa, que já nem sei mais o que sentir. Uma felicidade inconstante pelos tantos momentos inesquecíveis. Um acelerar do coração trepidante ao pensar em tanta gente que passou pela vida. Um derramar de águas torrencial por todas as desilusões. É uma amargura doentia, por saber que não dá pra voltar atrás e recomeçar.
E tem tanta coisa que se quer deixar. Todo mundo quer se eternizar, nem que seja na vida de apenas uma pessoa. E deve doer sentir que se passou a vida a esmo, sem deixar rastros, nem sinais, nem lembranças...
Se eu tivesse um único desejo para depois da minha despedida seria ter minhas memórias guardadas dentro de um coração zeloso. Alguém que pudesse cuidar delas e fazer com que nunca se apagassem.
Se eu estivesse partindo hoje, gostaria de deixar como herança, a meus amigos, a minha família, a meus amores, tudo o que sinto. Tudo que não pude sentir. E tudo o que quis sentir.
Se eu soubesse mesmo quando o fim chegaria, gastaria meus últimos minutos dando todo tempo que não tenho dado a toda gente que tem merecido.
Se eu soubesse, se tu soubesse, se qualquer um soubesse... a angústia não faria sentido. E não haveria dúvida, não haveria estímulo.
Melhor não saber... e tentar fazer por merecer quando ainda estou viva.
segunda-feira, março 17, 2008
Só palavras
Ele, por sua vez, compreendeu. Partilhava com ela da mesma solidão e dos mesmos dias tristes e sombrios. Passaram a noite toda conversando e só se deram conta disso quando o sol apareceu nos furinhos das telhas.
E esse foi só o primeiro dia. Desde então, passaram a trocar confidências, falar sobre o tudo e o nada, sobre as pessoas que fizeram parte de suas vidas, sobre como tinham chegado ali, sobre o que sonhavam, sobre os passos que ouviam, sobre as esperanças que tinham. Dormiam pelo cansaço de tanto conversar, mas acordavam ansiosos pelo sinal que demonstraria que o outro também havia despertado. E assim passaram semanas e meses, esquecendo que estavam sozinhos.
Pela fresta, tudo o que conseguiram ver foram detalhes dos olhos, cantos dos lábios e mechas de cabelo caídas. Por mais que um tentasse se afastar para que o outro o visse, seus espaços eram tão escuros que tudo o que conseguiam enxergar eram sombras indefinidas.
De tão próximos que ficaram, ele um dia se declarou. Revelou seus desejos mais secretos e contou seus planos. Ela, sorriu chorando do outro lado, eufórica com tanto amor correspondido. Mas de repente seu sorriso se perdeu. E ela se lembrou que palavras conseguem ultrapassar paredes. Mas, sozinhas, nem sempre são capazes de entrar num coração.
quarta-feira, março 12, 2008
Braços e sorrisos abertos!
E ae você sai pra rua cantando, mas encontra um bando de caras sizudas, sérias, medindo o tamanho da sua ousadia, do seu pé à cabeça, como se toda alegria que se demonstra pudesse caber apenas neste pequeno volume de gente.
E você chega no trabalho e diz bom dia, mas o que recebe como resposta são os tec-tec-tec nervosos de dedos apressados no teclado. Nem começou direito mais um dia e estão todos por aí, enfiados em papeladas que nem dizem respeito às suas próprias vidas.
Alegria sufocada pode matar, sorrisos presos podem deixar a boca torta, assim como tomar café olhando no espelho, já nos avisava nossa boa avó. Então pra que perder a oportunidade de ser bonito, de deixar solta toda vontade de ser feliz e fazer os outros felizes?
Porque no final, é isso que conta mesmo. Quer seja no fim do expediente de trabalho ou nos últimos instantes da nossa vida, o que vamos querer lembrar é do quanto fomos felizes. E as boas recordações deixam os cantos dos lábios sempre voltados para cima, porque é para este lado que se cresce. Na vida, na sorte, na fé, no canto e na morte. Braços e sorrisos sempre abertos!
quinta-feira, março 06, 2008
História de um romance interrompido
Seus olhos afogaram-se em lágrimas e suas mãos já não suportavam nem o copo, de tão trêmulas. "Não resistiu..." as duas palavras ficavam latejando, enquanto a cabeça girava com mil lembranças.
E, de repente, o que era só dor virou também remorso. Por que é mesmo que tinha recusado o encontro da véspera? Ele disse que queria conversar, que estava com saudades. Mas ela achou que podia esperar até amanhã, queria dormir, estava cansada. Agora, pesava o último abraço que não tinha dado, as últimas risadas que não compartilharam, o último beijo que não deram.
A dor do nunca mais bateu forte em seu peito. E ela se lembrou das vezes em que ele partia em suas viagens pelo mundo, e ela lhe perguntava chorosa: "nunca mais vou te ver?" Então ele segurava forte em suas mãos, colava seu rosto no dela e respondia: "nunca mais é muito tempo para ficar longe de você."
Mais do que antes, agora, ela tinha certeza disso.
domingo, março 02, 2008
O melhor lugar do mundo
Cada um é só mais um no meio da imensa massa de gente que vem e que vai. Estão todos dispostos a deixar cada um viver a sua vida.
Paraíso de um, inferno de outros, neste lugar cada um pode ser o que é, o que quiser ser. Sentar na rua, caminhar na chuva, chorar em público... Tudo é possível.
Num mundo onde a privacidade não existe mais e onde não se encontram mais ombros que suportem muito tempo angústias alheias, o espaço cheio de anônimos é o melhor refúgio.
sábado, fevereiro 23, 2008
Sobre a saudade
Sentir falta de alguém é como sentir falta de uma blusa no meio de um vento frio. A primeira que se encontra e aquece faz fugir da lembrança a imagem da outra com a qual se sonhou. Às vezes sentimos falta de um abraço ou de colo, do gesto em si, sem nome e sem rosto para resolver. E a primeira pessoa que oferece seu regaço sacia nossa necessidade e sossega nossa ansiedade. Mas isso não é saudade...
Saudade não tem cura enquanto não se mata com o que se idealiza, com quem se idealiza. Saudade tem nome, tem endereço, tem som, tem cheiro, tem imagem. Saudade não se mata com algo que seja parecido. Saudade não vai embora com remediações. Saudade dói. Saudade faz chorar, faz sonhar, faz planejar, faz fazer acontecer.
É mais bonito dizer que sente saudades. Às vezes até mais conveniente. Mas a saudade... ah, saudade de verdade a gente reconhece de longe. Mesmo quando nos faltam palavras para descrevê-la.
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
Regras da vida
Nos ensinaram desde sempre que temos que ter controle do nosso mundinho, que devemos segurar as rédeas de nossa existência e, assim, o sofrimento perpetua, passado de geração em geração.
Nossas experiências com a retidão nos coroam publicamente, mas deixam grandes marcas e cicatrizes dentro de nós.
Enquanto a nossa mente é livre e viaja por todos os cantos onde gostaríamos de estar, nossos sentimentos são jogados e presos em celas, em cantos escuros de nosso coração.
Triste herança, ousado hábito a se adotar.
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
Disfunções hormonais
Quantas horas perdidas pensando naquilo que não existe.
Quantas mágoas guardadas por situações que não aconteceram.
Quanta raiva sentida por razões sem justificativa.
Quanto prazer a TPM nos tira?
Quanto dinheiro gasto com feminismos?
Quantos botecos perdidos...
terça-feira, fevereiro 05, 2008
Dois toques
Queria ouvir sua voz, mas não quero que perceba que estou doída de saudade. E não quero porque sou tola, insegura. Percebo com isso que ainda não aprendi a dar a cara ao tapa para assumir o que sinto.
O telefone está aqui, ao alcance da minha mão. Giro-o com os dedos enquanto meu estômago se espreme de ansiedade. Eu não sei se já descobriram, mas definitivamente ele se conecta de alguma forma ao coração, porque à medida em que as batidas ficam mais intensas, a náusea aumenta.
Ridícula! E qual é o problema se ele achar alguma coisa? O que você sente é seu e não faz nem de você nem dele pior ou melhor, maior ou menor.
Ligo? Não ligo. Ligo! Afinal, no fundo, é o que quero. Falar, saber como está.
Liguei. Um toque. Será que desligo? Dois toques.
- Alô?
segunda-feira, fevereiro 04, 2008
Sem aviso
O bandido atira e acerta. O mocinho cambaleia pra um lado e para outro, com a mão posta no coração como se pudesse com a ponta dos dedos prover a mágica de curar todo mal que faz doer.
Seus dedos são curtos, sua fé é pouca e a multidão que tudo acompanhava foi embora num estalido. Ficaram só ele, a dor e a pouca vida que aos poucos também se retirava.
sábado, fevereiro 02, 2008
Marcado pelo destino
E sentia que as dores lhe pertenciam porque precisava conhecer cada uma delas, de todos os jeitos, sentir tudo o que havia para se sentir, para poder entender do que sofriam as gentes com quem vivia e assim, conseguir dar um pouco de conforto e alívio para elas, nem que fosse só com um gesto, só com um toque ou só com uma palavra.
O destino lhe tinha sinalizado e o encontraria sempre. Já estava certo disso e por esse mesmo motivo nem fazia nenhuma tentativa de fuga. Sabia que seria inútil. Aonde se escondesse, por onde andasse, ele se confrontaria com a verdade absoluta de sua vida, a missão a que tinha sido destinado desde o momento da sua concepção: a do sentir para ser. E só.
domingo, janeiro 27, 2008
Nuvem cinza no céu anil
E ela roubou a cor do dia.
E da nuvem cinza jorrou água, como há muito tempo não se via.
E tanta chuva encharcou quem ficou ali e não quis correr e se esconder.
E a nuvem veio sem pressa de ir embora.
E ela veio para provar que dias azuis não duram para sempre.
Ou apenas para provar que eles não são completamente azuis.
O céu é que é muito grande.
Caixas de nostalgia
Em cada gaveta, em cada caixa, um monte de lembranças. De tempos idos, quando amávamos com o mesmo desespero com que chorávamos nossas desilusões. De épocas em que nossos dias se dividiam entre estudar e sair para a rua encontrar os amigos.
Amigos que foram os melhores durante anos, meses, dias. Amigos que ainda são os melhores. Amigos que mesmo que o tempo tenha levado pra longe, quando encontramos, é como se nunca tivessemos ficado sem contato.
São fotos, são bilhetes, são agendas. Um mundo de registros que nos confirma o quanto fomos felizes. E que precisavamos de muito pouco para nos sentirmos assim.
Ah, quanta saudade...
sábado, janeiro 19, 2008
Seguro desconforto
E percebi, para minha surpresa, que desse jeito mais perdida fiquei.
Sem caminho e sem solução.
Perdi o trem que me levaria talvez para um feliz lugar desconhecido
Deixei passar a oportunidade de me deixar levar
Fiquei aqui, sentada, com a minha segurança ignorante,
Apoiando os braços numa mala de saudade.
segunda-feira, janeiro 14, 2008
Uma só
A sensação boa que me causas me deixa sem nenhuma
Fico aqui, sentada, olhando a página em branco
Esperando que a caneta traduza tudo aquilo que queria dizer
Corro os olhos para o alto em busca de algo que não consigo explicar
Busco no físico algo que não verei nunca
Por favor, entenda meu silêncio e não o recrimine
Pois o que quero partilhar é tudo aquilo que sinto
Que está aqui guardado
Dentro desta lata velha que também ouso chamar de coração.
domingo, janeiro 13, 2008
Sobre o silêncio
Nos calamos com freqüência quando não temos as respostas certas ou apenas quando não temos coragem o suficiente para proferi-las. E não somente porque a verdade possa doer, porque a tememos mesmo quando ela revela grandes coisas boas.
Talvez porque depois que as palavras são ditas elas concretizam pensamentos e não podem ser apagadas ou modificadas. Pode ser porque nunca sabemos com antecedência a reação de quem as receberá. Ou pode ser apenas porque mesmo quando imaginamos que as dominamos, elas fogem de nós quando mais precisamos.
O fato é que, por outro lado, o silêncio também pode ser interpretado de muitas formas. E se não ousamos falar, por medo, apreensão ou timidez, estamos deixando que ele fale por nós. E sem saber se ele será um bom interlocutor. Se não dominamos as palavras, dominamos muito menos sua ausência.
Sinais de vida
Pequenino
Pulsa devagar
Para que o monstro não sinta
E, percebendo que ainda está vivo,
Aperte com força até parar.
domingo, janeiro 06, 2008
Desilusões
Quanto mais se investe, maior o risco. E nem é preciso tanto esforço para colocar muitos créditos naquilo que imaginamos que queremos, seremos ou teremos... A capacidade de imaginar nos deixa sempre à mercê do imprevísivel.
Às vezes, meia dúzia de palavras matam a esperança. Destroem construções, liquifazem em lágrimas projeções. Às vezes, nem tantas.
sábado, janeiro 05, 2008
Para quem na ausência me acompanha
Nas palavras que uso e só você entende, nas caretas que faço e te divertem e nas lembranças que vêm e voltam a todo momento sinto que você passou a fazer muito mais parte da minha vida do que eu supunha.
Penso que não adianta suprimir o que sinto e tentar evitar que isto aconteça. Já sei e posso prever que novas cicatrizes virão. Concluo, enfim, que se tudo é tão breve e passageiro, não faz sentido que coisa alguma, ainda mais quando faz bem, seja impedida de ser o que deve ser.
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Metades de mim
Sou duas e cada uma anda só, porque não conseguem existir na presença da outra. Andam sozinhas porque mesmo juntas estão solitárias. Não se dão as mãos porque ambas oferecem a palma para cima. Não conversam porque não se entendem, não se olham porque não se aceitam.
Perderam a vida assim, duelando silenciosamente. Fingindo que a outra não existia, ignorando o que a outra sentia e desprezando o que a outra fazia.
E no dia em que tentarem se encontrar, nada mais poderá ser feito. Não há de existir nenhuma ponte que as ligue, o abismo vai ser tão grande que só poderão ouvir o eco de sua própria voz chamando.
terça-feira, janeiro 01, 2008
Liberte-se
Está em nossas mãos fazer cada dia deste ano melhor do que qualquer outro que já vivemos. Liberte-se dos pré-conceitos, dos idealismos, dos cabrestos e ouse. Ouse sempre mais.
Um 2008 usado de tão ousado para todos nós.