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sábado, setembro 22, 2007

Vida on

Posso ser chata, rabugenta. Posso levar as coisas a sério demais e ser muito mais velha do que eu deveria ser. E tem gente que pode até achar que não sou feliz por causa disso tudo.

Mas quando eu aperto o play do meu som só eu sei o prazer e a alegria contagiante que sinto. A vontade de esquecer que a rua está cheia de gente e sair dançando por aí, cantando alto e deixando a música contagiar tudo à volta.

Os pés ganham leveza, as pernas começam a movimentar e os dedos a tamborilar. Dá uma vontade de sorrir, de fechar os olhos, sentir o vento, abrir os braços e cantar alto cada letra, cada frase.

E eu passo pelas ruas olhando quem vai, sério, seguindo seu destino, sem a companhia das boas e velhas canções. E fico pensando que tristes são eles. Enquanto o meu mundo está colorido, o deles, para mim, parece preto e branco.

Existem duas vidas: uma on e outra off.

terça-feira, setembro 18, 2007

Um dia frio

Hoje faz tanto frio como há seis anos. O mesmo céu azul, com o sol brilhante, está ali ao alcance dos olhos de quem quiser ver. De quem puder ver.

Desde o dia de sua despedida tem um vazio que mora aqui e que nunca mais será preenchido.

Hoje o dia amanheceu exatamente como o dia da sua partida. Com a mesma dor, aumentada pela saudade que se faz cada dia mais presente.

domingo, setembro 16, 2007

Recordação

Hoje eu sentei aqui e fiquei olhando as lembranças, imagens distantes de um tempo em que fomos amigos. E felizes. E senti no peito a mesma volupia que sempre senti quando alguma coisa dava errada nesta relação e eu corria atrás de você, que era para não deixar irem embora os sorrisos partilhados. As histórias que vivemos, as lágrimas que enxugamos, as risadas que trocamos, tudo isso fez meu coração apertar de saudade. E quanta saudade!

Pensei em correr pro telefone e ligar e dizer: "corra, vem pra cá, aquele filme brega da sessão das dez vai passar de novo e nós podemos ver juntos e rir de tudo outra vez, o que acha?"

Não fosse por um segundo divisor, era isso que teria feito. Mas ali, do lado das lembranças boas, eu percebi, dobrado, amassado e escondido, o rol de lembranças amargas, doloridas e tristes que eu, por um momento, esqueci. E me perguntei se sou só eu que sinto saudade, que tenho vontade de ligar e pedir desculpas. Pô, a gente erra na vida e o que nos faz amigos é abrir os braços sempre que alguém pede pra voltar.

E foi assim que percebi, pelo teu silêncio, por tua ausência, que nada disto possivelmente importa para você. Que isso tudo que guardo com tanto carinho e me faz ter vontade de te ter perto de novo, para você não representa nada. Possivelmente para você não fomos nada, não temos nada, eu pra você sou mais um.

Carrego aqui então comigo mais algumas poucas lágrimas que deixarei correr por você. Porque a despedida, no fim, sempre faz as coisas ficarem mais belas do que elas foram. E é assim que prefiro guardar nós dois, como uma boa recordação.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Atropelados

As pessoas não medem a velocidade com que atropelam os sentimentos dos outros.

É por isso que existem por aí tantos feridos: somos todos atropelados, algumas vezes, até pelos amigos.