Às vezes eu volto a ser uma menina de cinco anos, com os olhos fixos na janela do ônibus, à procura de um detalhe novo, mesmo que velho, que faça a mente vagar por aí, por um mundo de faz de conta que só existe na cabeça de quem se deixa viajar sem precisar sair do lugar. Tudo que é necessário para embarcar nesta viagem é o pensamento livre, embalado por umas dúzias de músicas, criteriosamente escolhidas para virar trilha sonora de momentos inesquecíveis. E também daqueles que duram dois segundos e nunca mais lembraremos. Não até sentir o mesmo cheiro, ver o mesmo sorriso ou ouvir a mesma nota. A mesma mente que viaja solitária esquece e lembra de coisas que jamais podem ser previstas.
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