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terça-feira, dezembro 01, 2009

Sentimentos

Somos seres cheios de sentidos. Originalmente cinco. Mas desconhecemos mais um infinito deles. Um sentido puxa o outro, incita o outro. E o cheiro que nos faz lembrar de algo tão passado traz uma sensação que não tem nome. A música que toca no rádio e que desperta um saudosismo imenso de dias que não poderemos viver mais faz a gente sentir coisas sem nome. E o gosto que ficou guardado não tem nome quando volta à lembrança. Assim como não tem como explicar ou definir um toque que arrepia ou um abraço que não se ganha mais. Inventaram a palavra saudade para definir uma porção de sentimentos que não têm como serem traduzidos em palavras. Mas ainda há uma porção deles anônimos. São sensações mudas e cegas, que enxergam mais do que os olhos podem ver e são tão cheias de emoção que não cabe falar. Sentimentos que nascem e morrem com a gente, os filhos dos filhos do nosso sentir. E para quê dar nome para aquilo que fica ainda mais lindo por poder ser sentido do jeito que cada um quer? Sem nome, sem padrão. Sem nome, de coração cheio. Sem nome, mas nunca sem sentido. Nem sem sentimento.

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