Hesito diante do telefone. Será que devo?
Queria ouvir sua voz, mas não quero que perceba que estou doída de saudade. E não quero porque sou tola, insegura. Percebo com isso que ainda não aprendi a dar a cara ao tapa para assumir o que sinto.
O telefone está aqui, ao alcance da minha mão. Giro-o com os dedos enquanto meu estômago se espreme de ansiedade. Eu não sei se já descobriram, mas definitivamente ele se conecta de alguma forma ao coração, porque à medida em que as batidas ficam mais intensas, a náusea aumenta.
Ridícula! E qual é o problema se ele achar alguma coisa? O que você sente é seu e não faz nem de você nem dele pior ou melhor, maior ou menor.
Ligo? Não ligo. Ligo! Afinal, no fundo, é o que quero. Falar, saber como está.
Liguei. Um toque. Será que desligo? Dois toques.
- Alô?
Um comentário:
O telefone e os apaixonados sempre terão uma relação conflituosa. E você conseguiu expressar isso muito bem. Parabéns ;-)
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