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terça-feira, fevereiro 05, 2008

Dois toques

Hesito diante do telefone. Será que devo?

Queria ouvir sua voz, mas não quero que perceba que estou doída de saudade. E não quero porque sou tola, insegura. Percebo com isso que ainda não aprendi a dar a cara ao tapa para assumir o que sinto.

O telefone está aqui, ao alcance da minha mão. Giro-o com os dedos enquanto meu estômago se espreme de ansiedade. Eu não sei se já descobriram, mas definitivamente ele se conecta de alguma forma ao coração, porque à medida em que as batidas ficam mais intensas, a náusea aumenta.

Ridícula! E qual é o problema se ele achar alguma coisa? O que você sente é seu e não faz nem de você nem dele pior ou melhor, maior ou menor.

Ligo? Não ligo. Ligo! Afinal, no fundo, é o que quero. Falar, saber como está.

Liguei. Um toque. Será que desligo? Dois toques.

- Alô?

Um comentário:

Leandro disse...

O telefone e os apaixonados sempre terão uma relação conflituosa. E você conseguiu expressar isso muito bem. Parabéns ;-)