Translate

quinta-feira, abril 19, 2007

Os sonhos pensados

Abriu a porta do quarto e sorrateiramente entrou. Enfiou a mão embaixo da cama e tirou de lá o potinho de sonhos, tão bem guardado.

Foi tirando seu conteúdo, um a um, olhando para todos como se fosse a primeira vez que os visse e tentando descobrir em cada um a sua razão de existir.

Percebeu que alguns estavam amarelados, outros o tempo tinha dado conta de apagar boa parte de seu histórico e uns tantos possuíam buracos feitos por pequenas traças.

Ficou pensando que a máquina que produzira todo esse material tinha que ser melhor utilizada, para não ficar gerando arquivos que só consomem espaço, mas que depois são esquecidos, abandonados, colocados de lado.

Picou, rasgou e jogou fora tudo aquilo que considerou inútil. Não guardou registro nem das belas ilustrações que alguns possuíam, nem dos versos mais poéticos e nem dos sons encantadores.

E a partir desse dia, deixou a razão controlar a máquina de fazer sonhos. E a máquina começou a render mais. Mas já não fazia desenhos coloridos. Nem poemas. E nem música.

E embaixo da cama ficou só o piso frio e vazio.

2 comentários:

stazetto disse...

Suzana, tenho trabalhado na medida do possível pra ajudar o GRAM. Acompanho a banda desde o finalzinho do Mosva, mas hoje sinto que ajudar o GRAM é o mínimo que eu posso fazer.
Estou trabalhando em algumas coisas (paralelamente) para o GRAM, fiz um hotsite provisório, mas já estou finalizando um oficial. Também tenho reunido muitos materiais para os fãs desde que começou a turnê do "SMMS" do GRAM.
Assim que possível, entre em contato, quero continuar fazendo alguma coisa.
stazetto@hotmail.com

Abs

Aleandro

Carlos Shine disse...

Oi Luana,
Puxa, seus textos são bastante poéticos! Dá para imaginá-los como letras de música... Já pensou em compor?