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sábado, dezembro 15, 2007

O fim do ser e do estar

Como pode alguém ocupar tanto espaço na vida de outra pessoa, mesmo que pareça não existir?

Olho pra casa vazia que ecoa todo som, toda voz e vejo que não são somente os móveis que foram embora. Foi toda a presença de uma vida partilhada. Foram os risos, o arrastar de chinelos, a batida das portas, a cantoria no chuveiro, o cheiro de comida ficando pronta.

Foi tudo isso e foram todos os detalhes desta relação que deixaram este lugar vazio, com seu piso frio, com suas paredes sem cor.

As janelas permanecem cumprindo seu dever de espiãs, de dentro pra fora, de fora pra dentro. Elas, que outrora foram testemunhas de dias felizes, hoje choram, em luto pelo sentimento que se foi...

O fim é um capítulo filmado numa sala branca e vazia.

Um comentário:

Anônimo disse...

paredes em silencio... torneiras caladas... vazio para todos os lados.... o eco que começa na sala... por causa do barulho do vento.. invade o peito e chega ao coração.... quase que me confundo com cada canto vazio desta casa... deste momento...